Condição dos afro-descendentes no brasil
“Estudos demográficos demonstraram as disparidades raciais quanto às probabilidades de superar o primeiro ano de vida e à esperança de vida ao nascer. As pesquisas sobre educação indicam que crianças não-brancas completam menos anos de estudo do que as brancas, mesmo quando se consideram crianças da mesma origem social ou renda familiar per capita. As disparidades de acesso, permanência e finalização dos ensinos médio e superior são ainda mais acentuadas. A desigualdade educacional entre brancos e não-brancos irá se refletir posteriormente em padrões diferenciados de inserção desses grupos de cor na estrutura ocupacional.
Pretos e pardos estão expostos a diversas práticas discriminatórias no mercado de trabalho. Esses padrões diferenciados de participação de grupos de cor no mercado de trabalho traduzem-se em uma valorização altamente desigual do trabalho desses grupos: a renda média do trabalho de pretos e pardos é pouco menos da metade da dos brancos.”
Não existem mais pretos no Brasil. Agora, são todos "afrodescendentes". Aliás, houve um momento em que a palavra "preto", sabe-se lá por quê, foi considerada pejorativa. Ninguém era, ou melhor, ninguém queria ser "preto". Todo mundo era ou queria ser "negro". Curiosamente, o que acontecia nos Estados Unidos era justamente o contrário. A expressão "negro" é que era denunciada, atacada como racista. Nos EUA, ninguém queria ser "negro". Eram todos "pretos". Black. Não havia um "poder negro", mas um "poder preto", black power. E o marketing da auto-estima negra fazia circular, com sucesso extraordinário, o slogan "black is beautiful" - 'preto é bonito'.
Em termos lógicos, a frase deveria ser considerada racista, do ponto de vista de nossos movimentos negros, durante as décadas de 70 e 80 do século passado... Mas isso ficou para trás. Nossos ideólogos racialistas simplesmente arquivaram os vocábulos "preto" e "negro". O que passou a existir, de uns