Concepções de currículo
1- Introdução Ao longo da História surgiram diferentes concepções de currículo. Parte-se neste trabalho do pressuposto de tais concepões trazem subjacentes diferentes teorias de justiça social, bem como incorporam contribuições filosóficas, sociológicas, psicológicas, antropológicas, e os avanços da própria área educacional. A riqueza dos estudos neste campo decorre do caráter conflitual das diversas concepções de currículo. Todavia, fazem-se necessários estudos que explicitem os seus pressupostos. O debate sobre os pressupostos possbilita evitarem-se riscos de adesão à propostas aparentemente neutras e consensuais. Além disso, estabelecer o divisor do ponto de vista teórico entre as diferentes vertentes do campo do currículo, possibilita ampliar o conhecimento de seus desdobramentos para a prática pedagógica e, ainda, torna viável os diálogos possíveis entre as diferentes tendências. O currículo é uma práxis, não um objeto estático. Enquanto práxis é a expressão da função socializadora e cultural da educação. Por isso, as funções que o currículo cumpre, como expressão do projeto cultural e da socialização, são realizadas por meio de seus conteúdos, de seu formato e das práticas que gera em torno de si. Desse modo, analisar os currículos concretos significa estudá-los no contexto em que se configuram e no qual se expressam em práticas educativas. A história das concepções de currículo é marcada por decisões básicas tomadas com o intuito de (1) racionalizar, de forma administrativa, a gestão do currículo para adequá-lo às exigências econômicas, sociais e culturais da época; (2) elaborar uma crítica à escola capitalista; (3) compreender como o currículo atua, e (4) propor uma escola diferente seja na perspectiva socialista, seja na perspectiva libertária. O fim do socialismo real, o esgotamento do modelo taylorista-fordista de produção, as transformações no mundo do trabalho, o toyotismo, a introdução de novas tecnologias na