1. Ao longo da existência de toda humanidade o ser humano sempre se questionou sobre sua existência, sua natureza, sua complexidade e diversos outros aspectos e que, até mesmo hoje, é alvo de constantes indagações. Não obstante, nossos antecedentes formulavam seus pensamentos e teorias acerca do tema, assim como ocorre em nossa contemporaneidade com diversos pensadores. A origem da concepção do homem se dá durante o período da cultura clássica, mais precisamente na cultura grega arcaica, a qual deu base à cultura greco-romana e, assim, forneceu à civilização ocidental sua primeira formação de ideias e valores, dos quais podemos notar influência até mesmo nos dias de hoje. Essa concepção, na cultura clássica, se estabelece de duas maneiras. Diante de uma visão cosmocêntrica, há então uma imagem elaborada do homem como animal que fala e discorre (zôon logikon) e do homem como um animal político (zôon politikon). Sendo assim, o homem se distinguiria de todos os outros seres da natureza justamente por causa dessa concepção. Desse modo, há uma relação constante entre esses dois pontos, visto que o homem capaz de se relacionar com seus semelhantes pode instituir a comunidade política e vir a ser um animal político de fato. Mais adiante, temos a concepção do homem de acordo com a visão cristã, a qual tem como fontes as tradições bíblicas e a filosófica grega. Temos então a tradição bíblica como uma formação do pensamento cristão e dotados de normatividade. Essa concepção traz a unidade do homem num ponto de vista soteriológico, seguindo os preceitos bíblicos, e que se divide em três momentos, nos quais podemos perceber uma nítida presença de um ideal de salvação. São esses momentos a unidade de intenção de salvação que da parte de Deus é dom ou oferecimento, e que do homem é resposta ou aceitação, e a recusa desse dom, o qual implica na cisão irremediável do seu ser por parte do homem. Durante a Idade Moderna o homem se depara novamente com a cultura