Conceitos Filosoficos
Deleuze e Heidegger
I. DELEUZE – O que é um conceito?
Não há conceito simples, todo conceito tem componentes (multiplicidade) e é formado por eles.
Também não há conceito que tenha todos os componentes (seria igual ao caos). É, assim, um todo fragmentário [todo porque totaliza seus componentes / fragmentário porque não pode abranger toda realidade].
Todo conceito remete a um PROBLEMA sem o qual não teria sentido. Mesmo na filosofia, não se criam conceitos a não ser em função dos problemas ainda sem resolução.
Todo conceito tem uma história (passado) – cita, aqui, o exemplo do termo outrem.
Mas, por outro lado, o conceito também possui um devir (futuro) – no futuro de cada conceito, este poderá se bifurcar com outro conceito ou outro problema.
Consequências decorrentes da natureza do conceito: Cada conceito remete a outros conceitos;
É próprio do conceito tornar os elementos inseparáveis nele;
Cada conceito é ponto de coincidência de seus próprios componentes;
Um conceito é uma heterogênese, isto é, uma ordenação de seus componentes por zonas de vizinhança;
O conceito é um incorporal, embora se encarne nos corpos;
Não tem coordenadas espaço-temporais, mas apenas ordenadas intensivas;
O conceito diz o acontecimento, não a coisa;
O conceito define-se pela inseparabilidade de um número finito de componentes heterogêneos; O conceito é bem um ato de pensamento, nesse sentido, operando em velocidade infinita
Todo conceito é, portanto, absoluto e relativo
Relativo – a seus próprios componentes, aos outros conceitos, ao plano de delimitação
Absoluto – pela condensação que opera, pelo lugar que ocupa sobre o plano, pelas condições que impõe ao problema.
É absoluto como todo, mas relativo enquanto fragmentário.
O conceito não é discursivo e a filosofia não é uma formação discursiva, porque não encadeia proposições.
O conceito não é de forma alguma uma