conceito filosofico
"É o trabalho, portanto, que atribui a maior parte do valor à terra, sem o qual ele dificilmente valeria alguma coisa; é a ele que devemos a maior parte de todos os produtos úteis da terra; por tudo isso a palha, farelo e pão desse acre de trigo valem mais do que o produto de um acre de uma terra igualmente boa, mas abandonada, sendo o valor daquele o efeito do trabalho (...)"
Marx inicia o Primeiro Manuscrito afirmando que a economia política parte dos fatos, como dados verdadeiros subjacentes à estrutura econômica e social, mas não faz esforços para explicá-los. A teoria econômica concebe somente o processo material segundo o qual se dá a existência da propriedade privada, a separação entre trabalho, capital e terra, a divisão do trabalho, a competição e a conceituação de valor de troca. Todavia, conforme Marx, o que deveria ser explicado é admitido como ponto de partida para a formulação das leis econômicas, sem que haja a preocupação em compreender como essas leis se originam da propriedade privada e da base da distinção entre trabalho, capital e terra. Desse modo, há um círculo vicioso na economia política, uma vez que afirma o que deveria deduzir, analogamente à teologia, quando explica a origem do mal na queda do homem: assegura como fato histórico aquilo que deveria elucidar.
Herbert Macurse em seu ensaio Sobre os Fundamentos Filosóficos do Conceito de Trabalho Alienado na Ciência Econômica, considera que a teoria econômica prescinde de uma definição de trabalho enquanto tal. Nesse campo de conhecimento, trabalho é entendido apenas como atividade econômica e, por conseguinte, como essencialmente contraposto a atividades artísticas, políticas e a todas as que não estejam diretamente ligadas às relações de produção. Dentro do âmbito da economia política, diz Herbert Marcuse, o conceito de trabalho foi progressivamente reduzido, até chegar a significar somente a atividade dirigida, comandada, não-livre, isto é, a atividade