Bioética
A trajetória histórica e o cotidiano da enfermagem resumem-se no ato de cuidar como essência e como processo interativo entre o profissional e o paciente, ambos manifestando suas características especificas de seres humanos; garantindo um atendimento individualizado e integral que cuida nas dimensões biológicas, psicológicas e espirituais, aspectos interdependentes e complementares, que precisam ser entendido para ser atendido pelos profissionais.
Ao iniciar uma discussão sobre espiritualidade naturalmente o que nos vem em mente é a questão da religiosidade, compreendemos que a espiritualidade pode ou não estar vinculada a uma religião; por isso vamos pensar em duas observações criticas sobre a contribuição das religiões para com a bioética proposta por Leo Pessini, 1991.
A primeira observação se coloca nos tempos modernos em que a referência a autoridade divina já não mais oferece uma inquestionável segurança para as afirmações e normas; cresceu a consciência do homem sobre sua capacidade de interpretar e elaborar a “verdade”. A religião neste ponto ameaça a racionalidade da bioética, por apresentar uma argumentação dogmática, particular e coercitiva; mas já existem correntes de teológico-morais que defendem a identificação entre os conteúdos da fé e os conteúdos da razão moral da vida humana, criando uma perspectiva futura de maior contribuição.
A segunda observação considera a existência de pluralidade das afirmações teológicas, vivenciada pela existência de diferentes correntes e paradigmas dentro da propria igreja Católica. Fato que permite uma postura dialogante, que respeita a autonomia da razão argumentativa dos interlocutores, não impede a atualização constante das próprias posições no sentido de priorizar a saúde, a vida e dignidade humana acima de tudo.
Estas duas ponderações demonstram certa dificuldade de compor os conceitos teológicos com a bioética, mas não discute a