Conceito Moderno de Revolução
O verbete “revolução”, como é conhecido, possui um campo semântico tão complexo e vasto que ocorre, na maioria das vezes, confundi-lo com revolta ou rebelião. Bobbio em seu dicionário de política assim o define, “é a tentativa, acompanhada do uso da violência, de derrubar as autoridades políticas existentes e de as substituir, a fim de efetuar profundas mudanças nas relações políticas, no ordenamento jurídico-constitucional e na esfera sócio-econômica” ou ainda como afirma Koselleck é a “transformação a longo prazo, ou seja, a eventos e estruturas que atingem profundamente nosso cotidiano”.1 Segundo a autora Hannah Arendt, as revoluções não constituem apenas meras mudanças. Arendt expõe que as “revoluções são os únicos eventos políticos que nos confrontam, direta e inevitavelmente, com o problema do começo”.2 Ou seja, o conceito semântico de revolução é algo mutável e “varia desde sangrentos movimentos de deposição e/ou golpe políticos e sociais até inovações cientificas decisivas, podendo significar tudo ao mesmo tempo, ou apenas um desses sentidos exclusivamente”.3 Seguindo essa linha apresentada pelos autores Koselleck, Norberto Bobbio e Hannah Arendt, pode-se visualizar a evolução desse conceito e as suas devidas interpretações. É a partir de suas idéias e do confronto entre elas que este trabalho se norteará.
Para entender melhor o conceito de Revolução e sua relação com a Modernidade é importante definir, primeiro, a origem deste e sua transformação ao longo do tempo. Tangente ao conceito antigo de Revolução, há uma certa semelhança entre os autores citados. A idéia principal de que o termo alude a um movimento cíclico, sem