Conceito de Normalidade e Saúde mental
Disciplina: Introdução a Psicologia
Tema: Conceito de normalidade e saúde mental – Unidade 14
Introdução
Como ensaio monográfico, quero com este pequeno e modesto trabalho procurar fazer uma investigação sobre o conceito de saúde em alguns discursos de referência científica, como a sociologia funcionalista, a antropologia e a epistemologia, a partir de autores representativos desses discursos, bem como focalizando suas relações com a noção de doença e com a prática clínica. No campo da sociologia, destacam-se os conceitos de normalidade, rotulação e desvio no referencial da teoria. Apresentam-se em seguida os principais modelos de saúde na antropologia médica norte-americana, avaliando-se criticamente as proposições de uma nova perspectiva supostamente capaz de superar a dualidade entre cultura e sociedade.
Do ponto de vista epistemológico, a dificuldade de conceituar saúde é reconhecida desde a Grécia antiga (Canguilhem, 1990). Ivan Illich, por exemplo, diz que, a carência de estudos sobre o conceito de saúde propriamente definido parece indicar uma dificuldade do paradigma científico dominante nos mais diversos campos científicos de abordar a saúde positivamente. Por outro lado, tal pobreza conceitual pode ter sido resultado da influência da indústria farmacêutica e de uma certa cultura da doença, que têm restringido o interesse e os investimentos de pesquisa a um tratamento teórico e empírico da questão da saúde como mera ausência de doença. Entretanto, a divisão do corpo humano, a tecnologização das práticas e a fragmentação do saber, com o surgimento das várias especialidades médicas, têm gerado reações contra a expropriação da saúde e, desde a década de 1970, vêm propiciando um movimento que busca ressuscitá-la como objeto científico (Illich, 1975).
Desenvolvimento Olhando para as práticas e políticas de saúde, os sistemas de saúde do Brasil especialmente, mas talvez, do mundo ocidental, têm sido questionados por