Comportamento organizacional
Trabalhe na medida certa
Por José Antônio Rosa*
O profissional dedicava-se integralmente à empresa. Não tinha tempo (e nem dinheiro) para cuidar de seu próprio desenvolvimento. De repente, a demissão. A primeira reação é sentir-se logrado, com razão, mas deve perceber também que na verdade ele deixou que isso ocorresse. É correto dedicar-se integralmente à empresa? Certamente que é, mas, o integralmente não quer dizer que se deva esquecer de reservar tempo para manter a saúde e a competência em dia. A empresa não tem direito de pedir que tais coisas sejam negligenciadas.
Para quem está trabalhando demais:
· Trabalhar bastante faz bem. Fortalece os músculos da disposição, traz criatividade, produz resultados. Porém, não é aceitável deixar de lado o cuidado com sua própria carreira. Isso só pode ser feito por curtos períodos de tempo, e com alvos bem definidos.
· Não conte com gratidões extras pelo seu esforço extra, pois, as coisas podem mudar na empresa. Assim, cuide de si para não ter mágoas.
· Pergunte-se diariamente: O que farei hoje/esta semana/este mês/este ano para o meu desenvolvimento?
Excesso de trabalho mata. No Japão o nome do mal é Karoshi. Diz a doutora Liliana A. M. Guimarães, Profa Dra Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM/UNICAMP, em artigo publicado no site da Sociedade Paulista de Psiquiatria Clínica: “KAROSHI é um acometimento fatal por sobre-esforço, sendo considerado uma doença relacionada ao trabalho e que freqüentemente está associada a longos períodos de horas trabalhadas.” No Japão, empresas e governo têm sido levados a pagar indenizações a famílias de pessoas vitimadas pelo Karoshi. Mesmo quando não mata o excesso de trabalho pode atrapalhar sobremaneira a carreira, corroendo o potencial de profissionais capazes e bem intencionados.
*José Antônio Rosa é professor de pós-graduação em Administração no Instituto Nacional de Pós-Graduação, jornalista, editor e consultor da