Como nos tornamos sociais
A linguagem
Ao que os estudos indicam, a linguagem é fruto do desenvolvimento histórico humano, quando esses necessitaram cooperar para sua sobrevivência. O trabalho cooperativo, organizado, planejado e que permite ao homem controlar as forças da natureza, só foi possível graças a esse desenvolvimento.
A linguagem evoluiu ainda mais, devido a maior complexidade das divisões de trabalho, pois a sobrevivência estando garantida permitia aos homens voltar-se a outros aspectos, tais como as artes, religião, tecnologias, entre outros. Isso evoluiu de tal modo que dividiu ainda mais o trabalho: em manual e intelectual.
Estudos mostram que o desenvolvimento intelectual depende muito do desenvolvimento da linguagem, pois esse é condição essencial para que se dê o processo que nos permite generalizar, abstrair, figurar, ir para além do aqui e agora se “deslocando assim no espaço e tempo”, planejar, prever, lembrar, simbolizar, idealizar, entre outras capacidades.
O assunto também evoca uma importante questão, o da separação entre o agir, o pensar e o falar. Se os separarmos, teórica ou valorativamente, ocorre a alienação da realidade. A ação depende da reflexão, a fala depende da ação, entre outras combinações. O fazer produz algo, o falar pode não criar nada, dando a ilusão de produção de algo.
A linguagem se produziu socialmente pela atribuição de certos significados às palavras. Quando uma autoridade definida como tal pela sociedade impõe um significado especifico, único e inquestionável para determinada palavra que determina uma ação automática é que essa se torna uma ferramenta poderosa. Podemos observar facilmente no comando militar, por exemplo, em que é retirada a liberdade de expressão e pensamento do soldado e imposta uma ordem por meio de uma palavra que possui um só significado. O soldado não necessita pensar, pois há aqueles ditos superiores que pensam por ele. Para que se resista ao poder da palavra é necessário