Como as forças competitivas moldam a estratégia
Michael E. Porter
(Março-abril de 1979) A essência da formulação estratégica é lidar com a competição. Entretanto, tende-se aperceber a competição de forma muito limitada e pessimista. Muito embora ouçamosargumentações contrárias por parte de executivos, a competição intensa em um setorindustrial nada tem a ver com coincidência nem com as adversidades da sorte.Além disso, na luta por participação de mercado, a competição não se manifestaapenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a competição em um setorindustrial tem suas raízes em sua respectiva economia subjacente e existem forçascompetitivas que vão bem além do que esteja representado unicamente pelos concorrentesestabelecidos nesse setor em particular. Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes empotencial e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser mais ou menosproeminentes ou ativos, dependendo do setor industrial.O estado de competição em um segmento industrial depende de cinco forças básicas,que estão esquematizadas na Figura 1. O vigor coletivo destas forças determina o lucropotencial máximo de um setor industrial. Ele varia de intenso em setores como os de pneus,embalagens metálicas e aços, e suaves em setores como os de serviços e equipamentospara campos petrolíferos, refrigerantes e artigos de higiene pessoal onde há espaço pararetornos muitos elevados.Na situação de "concorrência perfeita" dos economistas, a luta para conquista de umaposição não é sujeita a controles de qualquer espécie e a entrada no setor é muito fácil. Essaespécie de estrutura industrial naturalmente oferece o pior panorama para a lucratividade alongo prazo. Entretanto, quanto mais fracas forem as forças, coletivamente, maior aoportunidade para um desempenho