Comentário capítulos I, II e III de O Príncipe de Maquiavel
Em “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel trata da origem e tipo dos Estados, que são, quanto ao modelo, repúblicas ou principados. Somente as pautas referentes aos principados serão abordadas ao longo da obra. Os principados são, segundo o autor, hereditários ou novos; os principados hereditários podem ser facilmente mantidos, bastando ao príncipe conservar o tipo de governo exercido por seus antecessores e se não possuir ele excessivos defeitos que lhe façam ser odiado, naturalmente será querido por seu povo. Seu empenho nesse tipo de principado destina-se apenas a mantê-lo.
Os principados novos é que apresentam maiores dificuldades, pois, além de conquista-los é incumbência do príncipe desenvolver meios eficazes a sua manutenção. Além disso, há outras possíveis implicações apresentadas por Maquiavel, uma delas é que um principado pode não ser completamente novo, nesses termos é denominado principado misto. Um exemplo de ocorrência do principado misto é quando o povo muda de governante (inclusive por meios próprios e fazendo uso de armamento), esperando que ocorram melhorias, caso as expectativas populares não sejam alcançadas o governante perde a amizade daqueles que auxiliaram na sua conquista, e para o domínio de um território o apoio do povo que o habita é imprescindível, mesmo que se tenha um forte exército. Os territórios de povos rebelados, quando conquistados pela segunda vez, depois de reconhecerem seu engano, dificilmente se rebelarão em outra ocasião. Visto que, medidas contra os rebeldes poderão ser tomadas e serão justificadas pelas ações anteriores. Para se manter o principado conquistado em que o povo fale o mesmo idioma, em um estado anexado, os princípios são os mesmos empregados ao principado hereditário, não modificar a condição antiga de vida da população, pois não alterando seus costumes, um povo vive calmamente. Mesmo que o idioma seja diferente, se os costumes forem semelhantes