colonialidade
Para Aníbal Quijano, o eurocentrismo não é um conceito suficiente para definir os países do continente americano, pois não leva em consideração características diversas apresentadas somente nesta região (especialmente na América Latina) e que não seguiram o padrão de desenvolvimento europeu; devido ao modelo de colonização ao qual foram submetidos e à formação dos povos que os constituem (incluindo a questão racial e a exclusão baseada na raça que aconteceu desde os primeiros anos da colonização e vem se perpetuando desde então).
Para instituir o estado-nação na América Latina, o europeu acabou criando uma ilusão de homogeneidade cultural, o que implica na abdicação de uma cultura em benefício de um poder central, para a formação de um estado-nação. Através do poder bélico, foi imposto um ideal de nação a povos que, além de diferentes, na verdade não tinham tampouco a consciência de unidade territorial.
Quijano utiliza como exemplos a Espanha e a França para abordar o que seriam modelos fracassados e bem-sucedidos de estados-nações. Enquanto a França conseguiu a unidade incorporando as populações de diferentes origens em benefício de sua economia interna, na Espanha houve um processo de exclusão dos povos diferentes, a exemplo dos judeus e mulçumanos – expulsos do território.
A exportação deste modelo de exclusão espanhol acabou se perpetuando em suas colônias no continente americano, redundando num desenvolvimento econômico baseado na exploração das riquezas das colônias, em detrimento do desenvolvimento da produção e do consumo interno.
Tal característica, igualmente adotada por Portugal, fez o país