colonia cecilia
O primeiro obstáculo enfrentado pelo núcleo anarquista, foi o modo de organizar-se para o trabalho. Giovanni Rossi pressentia que até os lavradores encontrariam dificuldades por causa da diferença entre o solo brasileiro e o italiano. Além do caso dos artesãos, aos quais foram assinaladas tarefas semelhantes às que já realizavam. Ao concluírem as habitações coletivas e individuais, ao dividir-se racionalmente o trabalho, entre o conjunto de 150 anarquistas, eles se depararam com um fato real: o milho, que era ideal para aquela região, não nasce do dia para a noite. Graças ao dinheiro que trouxeram conseguiram subsistir, com ele compravam mantimentos, instrumentos para a lavoura e sementes. Contudo, os membros do núcleo viram-se obrigados a procurar por outras atividades para tirar o sustento até que pudessem viver tão somente de sua lavoura. Alguns trabalhavam na plantação enquanto outros em obras do governo. No suor de cada dia, os anarquistas plantaram mais de oitenta alqueires de chão, na área em que lhe foi cedida, mais dez quilômetros de estrada construíram, em época onde inexistiam possantes máquinas, nem tratores, muito menos guindastes de transporte de terras para ajudar. Um barracão coletivo, vinte barracões individuais, celeiros, casa da escola, moinho de fubá, tanque de peixes, pavilhão coletivo, que também servia de consultório médico, viveiro de mudas, poços, valos, pomar de pêr as, estábulos, grande lavoura de milho, tudo denunciava dinamismo. Proporcionalmente ao suor do trabalho cresceu o respeito recíproco e puderam as famílias, na colônia e fora dela, assentar profundas raízes de solidariedade humana.