Resumo d livro um amor anarquista
Em Um Amor Anarquista, Miguel Sanches Neto conta, com incrível capacidade de persuasão, a história de um grupo de imigrantes italianos, que, no final do século XIX, na pequena cidade de Palmeira, no interior do Paraná, funda a Colônia Socialista Cecília, na qual tenta destruir o sistema tradicional da família e implantar o amor livre. Assunto que até hoje, passados tantos anos, permanece causando polêmica no Paraná.
O que mais impressionou o autor na experiência anarquista da Cecília e que o levou a escrever este romance foi o amor livre praticado numa província brasileira, numa região agrícola, em fins do século XIX. Ele sentiu na hora que poderia contar toda a aventura da colônia a partir daquele casamento poliândrico, em que uma mulher recebia contemporaneamente mais de um homem. Era uma coisa tão avançada para a época que ainda hoje causa espanto. Agora, isso aconteceu em uma comunidade agrícola, composta principalmente por agricultores analfabetos, e no seio de uma região dominada pela colonização polonesa, que é extremamente católica e tradicional. Os italianos ateus, anarquistas e praticantes do amor livre caíram no meio dos polacos devotos. Tudo isso lhe chamou a atenção. E também o destino final de Giovanni Rossi, que volta para a Itália e termina seus dias com a mulher que lhe serviu como experiência sociológica, criando como sua a filha nascida dos amores livres na Colônia.
A história, como já visto, se passa num tempo em que anarquismo ainda não era sinônimo de desordem. Giovanni Rossi, intelectual italiano, idealiza uma comunidade experimental na América do Sul, onde aplicaria os princípios socialistas não só à produção, mas também às relações pessoais e amorosas. Seria a primeira experiência do amor livre. O problema é que as poucas mulheres da colônia não estão dispostas a tal prática, e os solteiros têm urgência de amor. As casadas mantêm-se voluntariamente presas ao marido como se este fosse um