Carta
Centro de Estudos do Pragmatismo – Programa de Estudos Pós -Graduados em Filosofia - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
São Paulo, Volume 3, Número 1, p. 025- 037, TEXTO 04/3.1, janeiro/junho, 2006
Disponível em
A experiência do self em William James e no Budismo
Mariana Tavares Ferreira
Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ e Universidade Estácio de Sá/UNESA simply_mari@yahoo.com Resumo: Traçar um paralelo entre a psicologia filosófica ou a filosofia psicológica de William James
(1842-1910) e o Budismo, uma tradição do pensamento oriental que remonta há dois mil e quinhentos anos atrás é o principal objetivo deste paper. Este paralelo será estabelecido em torno do tema do self, pois a existência de uma substância ou essência inerente ao eu é negada em ambos os casos. O self budista, bem como o jameseano, não se ancoram na consciência ou numa individualidade metafísica. A consciência, por sua vez, não é entendida como uma entidade, mas como atividade cognitiva, atividade esta que não depende de um sujeito. Pelo contrário, o sujeito, o self, é que surge como efeito desta atividade. Em William James, mostraremos como o self se delineia através da atividade do fluxo do pensamento, em seus escritos psicológicos e da experiência pura, na etapa mais filosófica de sua obra. No
Budismo, por sua vez, examinaremos esta questão através da noção central de anatman ou ausência de substância inerente, noção esta que distingue o pensamento budista das demais correntes filosóficas provenientes do solo indiano.
Palavras-chave: Problema mente-corpo. Consciência. Self. Ação. Budismo. William James (1842-1910).
The experience of Self on Willian James and on Buddhism
Abstract: To draw a parallel between the philosophical psychology or psychological philosophy of
William James (1842-1910) and Buddhism, a tradition of oriental thought that dates back two thousand and five hundred years ago is