Hancock
De fato, o filme começa como uma bela sátira a todo este universo. Com tantos super-poderes explorados por mais de 60 anos, fica meio difícil de se criar alguma novidade entre heróis. A originalidade de Hancock está em seu comportamento, e é isso que diverte muito durante a primeira metade de projeção.
Exagerado, bêbado, desengonçado e truculento, Hancock (Will Smith) atrapalha mais do que ajuda. Ao invés de aplaudir seus feitos, o povo reclama e xinga. E ele não está nem aí.
A trama flui naturalmente até que o relações-públicas frustrado (Jason Bateman) decide ajudar o anti-herói a mudar sua imagem. Isso significaria mudar totalmente seu comportamento e o mais importante, assumir responsabilidade pelos seus atos.
O mais surpreendente depois disso é a total inversão do clima estabelecido no início. Em uma análise grosseira, é como se o “Homem de Ferro” se transformasse em “Hulk” (de 2003). O clima engraçado e light dá lugar a um drama completamente inesperado. O curso da história é interrompido por um plot twist um tanto quanto bizarro, que pode lhe deixar imaginando se você se importa realmente com o que aconteceu.
Se não se importar, é ladeira abaixo com a adição de um ensaio caricato de vilão de motivação fraca, e um histórico para os protagonistas que não cria o elo originalmente intencionado.
Apesar de ser um megaboga nice guy e um dos nomes mais lucrativos de Hollywood, Will Smith parece estar entrando em um padrão de filmes que começam bem e terminam mal. Vamos