Ecomorfologia e alimentação nos teleósteos sintópicos lignobrycon myersi (miranda-ribeiro, 1956) (characiformes, characidae), hoplosternum littorale (hancock, 1828) (siluriformes, callychtyidae), e leporinus bahiensis (
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1. INTRODUÇÃO“Morfologia é, literalmente, o estudo da forma” (LOMBARD, 1991). Segundo Kotrschal (1989), apenas o mecanismo morfológico limita o potencial ecológico dos organismos. Para Wikramanayake (1990), existe uma relação entre as características morfológicas e ecológicas. Trabalhos como os de Barel (1983); Bock (1980) apud Kotrschal (1989) demonstram a necessidade de se propor a “ecologia morfológica”, o que tem sido repetidamente enfatizado pela morfologia funcional. Kotrschal (1989), usando deste conceito questiona como os organismos realmente determinam a execução de sua fisiologia e comportamento, bem como, as características que lhe são peculiares ao meio. Para Gatz (1979) é interessante saber o quanto à parte biológica de uma espécie é determinada pelas suas características anatômicas e quais funções particulares estão associadas com estas características. Wikramanayake (1990) salienta que há uma forte aproximação entre morfologia e ecologia para indicar e que as características morfológicas podem ser adaptáveis na tolerância de peixes a explorarem recursos específicos. “Na tentativa de se elucidar a interface entre estrutura e seu uso” (KARR; JOMES, 1975 apud KOTRSCHAL 1989) ou parte biológica, surge a “ecomorfologia” (BOCK; VON WAHLERT 1965 apud KOTRSCHAL, 1989), que tem sido empregada por ambos, ecologistas e morfologistas (GOLDSCHIMID; KOTRSCHAL, 1988) “por caracterizarem a reunião de espécies em certos hábitats” (GATZ, 1979). “A ecomorfologia é baseada no conceito de que espécies morfologicamente diferentes podem estar relacionadas pela ação de diversas pressões ambientais e biológicas” (CATELLA; PETRERE, 1998). Portanto,“os atributos ecomorfológicos das espécies podem ser indicadores de seus hábitos de vida ou de suas adaptações para viver em diversos hábitats” (BEAUMORD; PETRERE, 1994), podendo desta forma “se prever certos padrões na ecologia dos indivíduos, populações ou espécies agrupando-as através de suas características morfológicas”