HANCOCK
Resenha
Hancock e Tyler (2001) abordam sobre o pós-modernismo sob uma perspectiva diferente, apontando não concordarem que o projeto do modernismo seja um fracasso ou falho, além de compreenderem que as abordagens pós-modernistas não oferecem uma emancipação substancial para as relações organizacionais. Segundo os autores o pós-modernismo nas organizações, proporcionou um espaço para a preocupação com a subjetividade do indivíduo, sendo a subjetividade atribuída a três proposições: aumento da cultura como forma de gerenciar as aspirações subjetivas dos trabalhadores. Outra proposição está relacionada aos discursos, emoções e outros modos não racionais de cognição que refletem a necessidade de considerar a dimensão afetiva dos funcionários e; a subjetividade sendo refletida pela problemática da relação entre estrutura e agência. Os autores retomam a Teoria Crítica no que tange a “libertação” do indivíduo em virtude do predomínio da racionalidade instrumental, de modo a estabelecer uma ligação entre as abordagens críticas e pós-modernistas, utilizando para tal das ideias da Escola de Frankfurt, da teoria de Habermas e na inter-subjetividade de Hegel. Neste sentido apontam que sob uma perspectiva pós-modernista, as organizações não apenas controlam os indivíduos por meio de estratégias, como também constituem a subjetividade humana, utilizando-se de uma gestão mediada por relações entre a subjetividade advinda dos indivíduos e a racionalidade organizacional. Conforme Hancock e Tyler (2001) a gestão por mediações estratégica racionalizam o irracional, e aplicada em conjunto com o processo discursivo, tornam questões subjetivas, como emoções, cultura etc., em meios gerenciáveis, conduzindo os indivíduos a permanecerem alienados, como forma de atender aos interesses organizacionais.