Coisa certa
Os dados mais recentes sobre a alta de preços na economia brasileira fizeram o Banco Central respirar aliviado. Tudo o que Alexandre Tombini, presidente do BC, e seus homens queriam era que os índices começassem a mostrar que suas apostas estavam certas. E, de certa forma, foi isso que aconteceu: o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mostrou taxa de 0,47% em maio, contra 0,77% em abril.
André Perfeito, economista-chefe da Gradual, explica que agora o tema "inflação" está menos preocupante. Os analistas do mercado também parecem ter comprado essa leitura, já que muitos ajustaram suas recomendações tendo em vista a perspectiva de que o ciclo de alta dos juros está no fim e de que os riscos de mais medidas macroprudenciais são reduzidos.
Para Perfeito, o curto prazo é favorável para o País e o importante é que os investidores que negociam juros no mercado já estão mais confiantes disso, já que quem forma preços é o Banco Central.
Contudo, a situação pode não ser tão benéfica assim. Cristiano Souza, economista do Santander, possui uma visão bem distinta. Ele explica que o Santander não está tão confiante assim em relação à inflação. "Esse bom momento favorecido por commodities é sazonal; temos que olhar que a demanda não está recuando, o que mostra que as políticas fiscal e monetária do Governo não foram tão incisivas quanto deveriam", expõe.
Souza ainda acrescenta que o fato de o BC falar que está tudo sob controle não é algo revelador. "Estar sob controle significa que a inflação não vai chegar a 10% ao ano, mas já estouramos o teto e não há evidências de que ela deva recuar tão logo", pondera.
Porém, o economista do Santander avalia que não é só o Brasil que está enfrentando problemas com a inflação, essa é uma constatação global. Para ele, a desaceleração da economia chinesa tem afetado as economias de todos os países e a luta do governo chinês contra a alta dos preços não deve chegar logo ao fim, já que o