Faça a coisa certa

FICHA DE RESUMO
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FAÇA A COISA CERTA

SILVA, Adriano. Faça a coisa certa. Exame. Abril. 2002. p. 3

Na corrida entre as economias em desenvolvimento para se tornar nações ricas, o Brasil tem feito o papel da tartaruga, não o do coelho. Há anos os países do Sudeste Asiático já nos passaram em vários quesitos. Agora é a vez do México e do Chile ficarem na posição de destaque na América Latina. E se ficarmos inativos, serão os países do Leste Europeu a nos deixar para trás. O que nos torna lentos não são vários fatores como: a elite, os altos juros, o calor dos trópicos, nem a baixa instrução do brasileiro médio, a colonização portuguesa, nem a nossa formação católica. O que define inertes em direção ao progresso é outra coisa: ineficiência. Não é só a produtividade, mas também o interesse da sociedade em aprender crescer em tudo que fazemos. Pense em todas as ineficiências que povoam nosso cotidiano, em gastar milhões para erguer um estádio de futebol e não construir um estacionamento anexo? Igualmente enumerar os assentos de um estádio, mas o que prevalece é a primitiva lei do “quem chegar antes leva” e também a grande sonegação freqüente existente. Mas afinal, o que é ser eficiente? É o fazer mais, melhor, mas rápido e mais barato, envolvendo o detalhismo, correção, rigor, mas isso infelizmente não faz parte do repertório da maioria dos brasileiros. Estamos viciados em não resolver os problemas de verdade, acreditamos que fazer pela metade dá menos trabalho que fazer por inteiro. Será que temos uma pouca visão que nos impede de enxergar a coisa certa a fazer? Os sistemas não funcionam no Brasil porque não nos interessa que isso aconteça, onde chamamos de poesia o improviso que nos rege a vida e o tal jeitinho que nos permite a existência da exceção, retardando assim o aperfeiçoamento dos sistemas. A eficiência é uma imposição. Só se tomam providencias quando a situação fica insustentável. Assim, empresas só se reestruturam quando estão para falir. O