Cognição e linguagem na elaboração do saber
Introdução
Ainda que sejamos levados a procurar na linguagem ligação com a cognição, estamos cientes de que estes dois termos não podem ser vistos nem tratados da mesma forma. É comum o indivíduo procurar na cognição indícios da linguagem uma vez que a linguagem ocorre devido à primeira. (cf. Tomasello 1999:94).
Os principais mitos sobre a linguagem passam pelo estudo da cognição dos primatas em relação àquilo que o ser humano é no presente. Tomasello (1999:19-23) assume a cognição como algo diferente entre homens adultos e macacos, mas não como algo diferente entre crianças e os mesmos macacos. Tendo isto em conta, o termo cognição pode ser visto como um processo evolutivo, uma vez que as evoluções a nível biológico e histórico têm sido notáveis. Notável é esta evolução se encontrar lado a lado com o domínio da linguagem e ainda assim esta ser considerada como um domínio cultural. A verdade é que para nos inserirmos numa certa comunidade recorremos à comunicação utilizando inúmeras vezes a linguagem.
Como será o ser humano capaz de se integrar neste mundo? Possivelmente seja a aquisição da linguagem um dos primeiros passos nesta conquista. Após um certo momento a nível cognitivo, a criança entra num ciclo de reconhecimento de intenções dos seus interlocutores, e mais tarde passa a construir as suas próprias intenções.
Aquilo que diferencia o Homem do animal é o facto de existirem intenções e de sermos capazes de criar ligações e comunicar com os outros.
1.Categorias: nossas versões públicas do mundo
A relação língua-cognição dá-nos aso, a por um lado, conseguirmos agir intencionalmente e com interação, e por outro lado, faz-nos reconhecer que aqueles com quem falamos são igualmente seres como nós e desta forma conseguimos entende-los.
A nossa atividade individual mental cria expetativas na relação que criamos com o meio, e que se tornam reais através da categorização que atribuímos aos