Função pedagógica do jogo
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A inserção de jogos na prática pedagógica do ensino fundamental geralmente objetiva desenvolver nos alunos a resolução de problemas, o pensamento lógico e a capacidade de abstração. Esses três aspectos estão envolvidos na cognição, ou seja, o processo pelo qual as pessoas adquirem conhecimentos e raciocínio. No entanto, outros processos cognitivos podem ser favorecidos pelos jogos, cabendo aos professores levá-los em conta e explorá-los em seu trabalho, por serem também importantes para a aprendizagem. São eles a percepção, o exercício da linguagem e a formação de conceitos. O uso de jogos pode ter ainda outras vantagens pedagógicas. Para o biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget (1896 – 1980), o jogo infantil – até a maturidade intelectual, alcançada por volta dos 15 anos – proporciona o exercício do intelecto, por lidar com a observação, a atenção, a memória, a imaginação, o vocabulário e outras dimensões da natureza humana. É muito comum ouvirmos dizer que “os jogos não servem para nada e não têm significação alguma dentro das escolas, a não ser na cadeira de educação física”. Tal opinião está muito ligada a pressupostos da pedagogia tradicional, que exclui o lúdico de qualquer atividade séria ou formal. Por meio do jogo, que evidentemente mobiliza a cognição, a criança desenvolve a inteligência e a personalidade, fundamentais para a construção do conhecimento. A atenção do professor ao aspecto intelectual é indispensável na prática pedagógica, mas não suficiente. Prazer e alegria não podem ser menosprezados. Isso significa que o desenvolvimento intelectual deve estar sempre aliado ao desenvolvimento afetivo. E não há época melhor para iniciar esse processo que na infância. Não há dúvida de que a razão principal para o uso do lúdico nas aulas reside na sua função cognitiva. Cabe aos professores incorporar essa função ao próprio conceito que têm do jogo, passando a entendê-lo como um dispositivo que facilita a percepção dos conteúdos pela