Codificação e Decodificação
Os Estudos Culturais rompem com as abordagens behavioristas, que viam a influência dos meios de comunicação de massa nos termos de estímulo-resposta. Rompem também com as concepções que viam os textos da mídia como suportes transparentes do significado, não percebendo, portanto, as entrelinhas.
A grande contribuição de Hall para os estudos culturais foi o ensaio “Encoding and decoding in television discourse”, publicado pela primeira vez em 1973, em que tratava da pluralidade das modalidades de recepção dos programas televisivos. O modelo Codificação / Decodificação vê a comunicação como um “processo em termos de uma estrutura produzida e sustentada através da articulação de momentos distintos, mas interligados - produção, circulação, distribuição/consumo, reprodução” (HALL, 2003, p. 160). Neste modelo, a produção e a recepção são vistas como fases diferentes dentro da estrutura do processo, operando segundo lógicas particulares, sendo os momentos não autossuficientes: a codificação depende da decodificação, nenhum momento antecipa ou garante o próximo. Embora o produtor codifique seu texto de uma forma particular, o receptor irá decodificá-lo de uma maneira levemente diferente – o que Hall chama de “margem de entendimento”.
Observa-se logo no inicio do texto “Codificação / Decodificação”, de Stuart Hall, que a ideia de circularidade, vem de que o próprio sistema de uma sociedade se perpetua dessa maneira (circular). As mensagens midiáticas cumprem, assim, um reflexo das condições materiais no mesmo