CLASTRES Pierre
A SOCIEDADE
CONTRA 0 ESTADO
(INVESTIGA<;OES DE ANTROPOLOGIA POLlTICA)
AFRONTAMENTO/PORTO
1979
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CAPITULO I
COP£RNICO E OS SELVAGENS
Dlreitos de tradugao reservados para portugal por Publicagoes Escorpiao/
/Ed!~Oes AfrontameIlto, Porto, 1975.
«On di80it a. Socrates que que1qu'on De s'estoit aucuuement ameIlde en son voyage: Je croy
Dien, dit-il, il s'estoit emporte avecqnea soy.»
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TradugAo de Bernardo Frey
Revis!o de Miguel Serras Pereira
Capa de Joilo B,
EDIQOES AFRONTAMENTO
4200 Porto
R. Costa Cabral, 859 -
Poder-nos-emos mterrogar seriamente a proposito do poder? Urn fragmento de Pa'na aU:m do bem e do rruil come~a da seguinte maneira: «Se e verdade que ao longo de todos os tempos, desde que os homens existem, existiram tambern rebanhos hurnanos (confrarias sexuais, comunidades, tribos, ~5es, Igrejas, Estados) e sempre urn grande ntunero de homens obedecendo a urn pequeno ntunero de chefes; se, por conseguinte, a obediencia e 0 que melhor e durante mais tempo foi exercido e cultivado entre os homens, estamos no direito de presurnir que, por principio, cada urn de nos possui em si a necessidade inata de obedecer, como urna especie de cansciOOcia jormal que ordena: 'Tn faras isto, sem discutir; tu abster-te-as daquilo, sem discutir'; resumindo, e de urn 'tu faras' que se tram», Pouco preocupado, como habitualmente, com 0 verdadeiro e 0 falso dos seus sarcasmos, Nietzsche, a sua maneira, nao obstante isola e circunscreve exacta-
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mente um campo de reflexao que, dantes confinado unicamente aos horizontes do pensamento especulativo, se ve