Economia primitiva - Pierre Clastres.
Durante o século das navegações e, consequentemente, as descobertas que foram feitas, o mundo conheceu outras formas de sociedade. A Europa durante o século das navegações vivia em uma sociedade em que o sistema político era de monarquia e parte dos motivos que os levaram a enfrentar o desconhecido foi à busca por novas formas de riqueza, como ouro e especiarias. Ao chegar a seus destinos, como o Brasil, os europeus encontraram as sociedades indígenas que apresentavam uma forma diferente de viver em sociedade. E, até hoje, essas sociedades chamadas de “sociedades primitivas” vivem de um modo diferente do nosso. Enquanto nós temos uma economia que baseia-se, principalmente, em consumo e o lucro, desde que começou a se modernizar e que segundo Alain Touraine tem como um dos atores da modernização o consumo e a empresa, ícones do capitalismo, a economia dessas sociedades é chamada de primitiva por diversos etnólogos. Após ler os dois capítulos do livro de Pierre Clastres sobre as sociedades primitivas e as suas economias, chega-se a conclusão de que, para alguns etnólogos, a economia de tais sociedades é primitiva, pois, diferente da nossa, não visa o lucro e sim a sobrevivência: “Para o homem das sociedades primitivas, a atividade de produção é exatamente medida, delimitada pelas necessidades que tem de ser satisfeitas, estando implícito que se trata essencialmente das necessidades energéticas: a produção é projetada sobre a reconstituição do estoque de energia gasto. (...) uma vez assegurada a satisfação global das necessidades energéticas, nada poderia estimular a sociedade primitiva a produzir mais.” Sociedades como os nômades do deserto da Austrália e da África do Sul dedicam pouquíssimo do seu tempo à cultura de alimentos e não são todos da tribo que participam de tal atividade. Desse modo, produzem apenas o que necessitam, sem excedentes.
Segundo Clastres, tais informações desconsideram informações antigas de outros