Economia Primitiva
Aluna: Camila Melo
A economia primitiva – Pierre Clastres
Pierre Clastres, autor francês, foi um marco no campo da antropologia. Ele criticou temas importantes que até então não haviam sido questionados, como por exemplo, a ideia da sociedade evolucionista; criticou também a postura dos marxistas ao tratar das sociedades arcaicas, ou primitivas.
Fazendo uma comparação conceitual de economia primitiva para os chamados “antropólogos clássicos” e para Clastres, podemos afirmar que para os primeiros essa economia é uma economia de miséria, pois é apenas de subsistência. Os autores assumem que os primitivos são incapazes de explorar eficazmente o meio natural em que vivem, logo, eles são incapazes de produzir excedentes em suas produções. O sistema de produção apenas permite ao indivíduo não morrer de fome ou frio, ele não maximiza a utilização dos recursos que a natureza provém. Clastres discorda completamente desse pensamento. Para ele, ao contrário dessa corrente clássica, a economia primitiva é uma economia de abundância, pois, as pessoas encontram tudo que desejam e precisam à sua disposição; são recursos abundantes e de democrático acesso.
Ele explica que se as tribos não produzem, racionalmente, um excedente apenas porque elas o não desejam, porque, nesse modo de vida, tal excedente não se faz necessário. E a ideia de produzir mais que irá usufruir não faz sentido para esses povos. Além das explicações religiosas e míticas, os primitivos acreditam que tudo que eles precisam para viver está disponível na natureza, portanto, não há motivos para produzir além.
Clastres destaca, também, o papel e significado das trocas entre tribos vizinhas (quando há). Para ele, essas trocas não podem ser comparadas com relações de importação e exportação, pois não há uma ideia de vantagem quando elas são realizadas, em outras palavras, essas trocas não são movidas pela vontade de obtenção de lucro. Elas ocorrem espontaneamente e de maneira recíproca,