Carlos nelson coutinho e pierre clastres
Carlos Nelson Coutinho
Maior especialista em Gramsci que já tivemos no Brasil. Morreu em 2012. No entanto, ele teve uma vida profissional não só como professor (ele era professor de serviço social da Ufrj, teve uma vida intelectual muito ativa, muito intensa, mas também uma vida de militância politica muito intensa. Ele fala de Gramsci em muitos de seus textos.
Ele era uma referencia esclarecedora pro Gramsci, não como alguém que trouxesse para gente uma reflexão diferente, própria, mas como alguém que esclarece o Gramsci do que como alguém que traz seu pensamento próprio.
Carlos era militante e acadêmico. Carlos foi professor, intelectual, acadêmico e não só militante. Apesar de todos os esforços de Max Weber para distinguir com muita clareza os limites e as fronteiras entre o intelectual, professor, acadêmico e o político; na vida real é muito difícil a gente distinguir o intelectual acadêmico e o politico. Quando a gente fala de um intelectual que estabelece, desenvolve sua reflexão, portanto nas ciências sociais, muito dificilmente a gente vai conseguir dissociar essa reflexão acadêmica, intelectual , “cientifica” das convicções politicas desse autor, desse pensador. O Carlos, sequer acreditava nessa distinção, como bom marxista que era. Se o max weber tentava marcar muito bem a distinção entre a politica e a ciência, ou entre o pensamento rigoroso da ciência e o campo da politica como campo das crenças, das convicções. A ciência é enunciada como uma ideia de neutralidade e a politica é de crença, de valor, e preferencias. Carlos fala de Gramsci através de uma perspectiva professoral, no caso, acadêmica. Ele era estudioso do Gramsci, ainda que, mais uma vez reafirmando, ele não acredite na distinção radical.
Gramsci morreu no fim da segunda guerra mundial, Carlos traz todo o seu legado, trazendo-o para o Brasil.
O texto “democracia como valor universal”, deflagra no interior do debate da esquerda, na época, um conjunto de polemicas.