Ciências da Educação e Filosofia
1. Introdução A educação sempre foi, ao longo da história, e ainda hoje o continua a ser, objecto de preocupação do homem. Tanto maior é essa preocupação do homem pela educação quanto mais agudo é o seu sentimento de viver um tempo crítico, um período histórico de crise.1 Tal é o caso do nosso tempo. Nestes momentos críticos, em que a incerteza, o atordoamento e a angústia estão presentes e em que desejamos escapar à ansiedade, pode dizer-se que o homem, antes de estar ocupado já está pré-ocupado com o(s) objecto(s) da(s) sua(s) inquietações, neste caso, a educação. E esse objecto -a educação- foi primeiro tratado filosoficamente e só depois cientificamente. Continuam a ser estas, hoje, as grandes abordagens de que a educação é alvo: Filosofia e Ciência. 2. A abordagem filosófica da educação.
Os seus representantes mais significativos.
Como se sabe, historicamente, a abordagem filosófica antecedeu a abordagem científica. E a Filosofia ocupou-se, então, (e também), logo nas suas origens, da educação. E isso porque a filosofia quer responder a todas as grandes questões que perturbam, espantam,2 afligem e torturam o homem: Que é o ser? E porque há o ser e não o nada? Que é a vida? E a morte? Que é o homem? Que é conhecer?... E quem pode negar que a educação não é uma dessas grandes questões, uma dessas colossais questões? De facto, quem pode negar que a educação não é uma paixão?, um pathos, algo que sofremos, quer queiramos quer não, um inelutável destino? Pensar nela é pensar em nós, é pensar no homem, no que somos, no que nos tornamos, no que podemos ser. Por isso, no seu primeiro momento de maturidade, a filosofia tomou como objecto de eleição, precisamente, a educação. Eis Sócrates, cujo problema crucial é o problema educativo 3 e cuja missão divina é a de educar, assim ele o confessa. Mas, para Sócrates, pensar a educação é pensar o homem. Ou pensar o homem é pensar a