Ciência e sociedade na concepção de bruno latour
Não existe Ciência, Tecnologia e Sociedade de forma separada uma da outra, mas sim uma aliança em redes sociotécnicas dos quais os agentes interagem e se articulam de forma a produzir o verdadeiro conhecimento científico dentro de um determinado contexto (Latour, 2000). O presente trabalho visa discutir o impacto que essa afirmação tem nos estudos da ciência, expondo a interpretação do autor sobre esse
“fazer científico”.
Inicialmente Bruno Latour define sua metodologia de pesquisa questionando a própria ciência, fazendo de seu trabalho uma verdadeira etnografia de laboratório, participando de forma incisiva de todos os movimentos dos cientistas buscando as incertezas das ciências, tentando enxergar a prática científica por dentro. Latour fomenta nessa passagem um importante conceito, o “Construtivismo” em que a incerteza, dita anteriormente, é um dos fatores determinantes à construção de verdades.
Seguindo nessa lógica construtivista, uma das críticas propostas por esse modelo está nos “determinismos” da ciência, ou seja, um fator isolado não transforma a ciência, ao contrário de Schumpeter (1982) que acreditava que a economia era o fator determinante para o desenvolvimento científico, Latour vai oferecer outra abordagem em que a economia é simplesmente mais um condicionante social, juntamente com a própria ciência ou mesmo a sociedade, que age dentro de um dado contexto.
“Entenderemos
por
“desenvolvimento”,
portanto,
apenas
as
mudanças da vida econômica que nunca lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa (Schumpeter,
1982, p.47).”
Talvez um exemplo para elucidar esta passagem esteja na construção do metrô
Aramis em Paris, abandonado na década de 1980. O motivo do abandono está no fato de que as alianças feitas para desenvolver esse projeto, tal qual a companhia de energia, responsável pelo alimento elétrico ao metrô, a companhia