Bruno Latour a frente do socio-construtivismo
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Até a década de 70 foi predominante o debate historiográfico a cerca do internalismo e externalismo. O primeiro teria como base a ideia de que a explicação da ciência é dada por si só, sem a necessidade da assistência externa, apresentando desenvolvimento por sua força interna. Seu único agente ativo seria representado pela natureza, enquanto o homem se adequaria a um papel passivo. A partir dessa concepção, o internalismo daria espaço a noção do objetivismo, em que a verdade científica se encontraria no objeto, sendo a interferência do pesquisador nesse processo um erro. Já o externalismo atribuiu a explicação da ciência como produto da sociedade: sua organização política, social, econômica, etc. Os fatores internos da ciência não seriam suficientes para promover sua própria explicação. Após a década de 70, David Bloor partindo de uma tradição construtivista, modifica o cenário vigente, propondo o chamado ‘Programa Forte’ da ciência. A sua inovação se daria pelo fato de atribuir tanto aos erros quanto aos acertos da ciência causas sociais. A verdade partiria de um acordo dos agentes sociais, dos homens, e não da natureza. Bloor estabelece alguns princípios para este programa, dentre eles o da imparcialidade e a simetria, que estão atrelados. O primeiro demonstra que é preciso explicar tanto a racionalidade quanto a irracionalidade, o verdadeiro e o falso, o êxito e o fracasso. Assim, a simetria tomaria seu lugar nesse contexto, partindo da premissa de que a sociologia deve explicar verdade e erro baseando-se em causas de mesma natureza. Como coloca Gustavo Castañon em seu artigo ‘’ Uma guerrilha contra a ciência moderna’’ a respeito do conceito de simetria de Bloor: ‘’[...]Talvez a tese mais característica do construtivismo social seja a da simetria. Esta consiste na crença, expressa originalmente na obra referência de Barry Barnes (1974), de que os sociólogos devem tratar e investigar todas as crenças sobre a