Resumo de Latour, Jamais fomos Modernos
Apresentação de “Jamais Fomos Modernos” de Bruno Latour
Aluno: Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro
Em sua obra “jamais fomos modernos”, Bruno Latour advoga o estudo antropológico da sociedade moderna. Chamando a atenção para o fato de que os antropólogos têm a capacidade de unir, em suas monografias, elementos diversos, tratando as naturezas-culturas como tecidos inteiriços, Latour alerta para a necessidade deste tipo de estudos em nossa sociedade moderna.
Latour afirma, entretanto, que para o antropólogo tradicional, não pode nem deve haver antropologia do mundo moderno: é justamente nossa incapacidade de nos estudarmos dessa forma que nos faz capazes de estudar com tamanha sutileza e distanciamento os outros. Antropologizar o mundo moderno, entretanto, implicaria numa mudança de nossa própria concepção do moderno: é isso que Latour busca “comprovar” em seu trabalho.
A palavra moderno designaria, para ele, dois conjuntos de práticas que encontrariam em sua profunda distinção sua eficácia complementar:
O primeiro conjunto seria o das práticas de “tradução” ou “mediação”, que permitiriam a mistura de seres de gêneros totalmente diferentes, criando o que chama de “híbridos” de natureza e cultura.
O segundo seria o de purificação, que engendraria duas zonas ontológicas radicalmente diferentes, gerando uma separação crucial entre humanos e não-humanos.
O primeiro conjunto de práticas seria realizado através do que latour chama de redes. O segundo, através do repertório crítico dos modernos, que latour analisa cuidadosamente. Na ligação entre esses dois trabalhos estaria, para ele, a chave para a análise do mundo moderno: a purificação permitiria que mediação se proliferasse enormemente, tornando seu trabalho invisível.
Esse duplo movimento de mediação e purificação estaria circunscrito no que Latour chama “Constituição Moderna”. Esta marcaria a diferença fundamental entre humanos e não-humanos, bem como suas propriedades, suas