Trabalho
A antropóloga e pesquisadora Leticia de Luna Freire fará palestra na Unisinos na quinta-feira, 02, integrando o I Seminário do XIV Simpósio Internacional IHU
Por: Ricardo Machado
“Latour não está interessado na Ciência com ‘C’ maiúsculo, que seria a ciência pronta e acabada, mas na ciência com ‘c’ minúsculo, ou seja, na ciência em construção”, explica Leticia de Luna Freire em entrevista por e-mail à IHU On-Line. A palestra da professora Leticia, que ocorre na quinta-feira, às 19h30, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, integra o ciclo de debates que antecede ao XIV Simpósio Internacional IHU – Revoluções Tecnocientíficas, Culturas, Indivíduos e Sociedades.
Leticia de Luna Freire é antropóloga, pesquisadora do Laboratório de Etnografia Metropolitana – LeMetro/IFCS-UFRJ, do Instituto Nacional de Estudos em Administração Institucional de Conflitos – InEAC-UFF e do Grupo de Pesquisa Entre-Redes – UERJ. Além disso, é pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense – PPGA-UFF.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que é ciência em Bruno Latour ?
Leticia de Luna Freire – Como coloca claramente, sobretudo no livro A ciência em ação (São Paulo: UNESP, 2000. 438 páginas) Latour não está interessado na Ciência com “C” maiúsculo, que seria a ciência pronta e acabada, mas na ciência com “c” minúsculo, ou seja, na ciência em construção. Sua proposta é investigar como se dá, na prática, o processo de construção dos fatos científicos, em seus mínimos detalhes, em cada gesto dos cientistas, dentro e fora dos seus laboratórios, com o mesmo estranhamento e observação dedicada com que os antropólogos estudavam os chamados povos “selvagens”. Com sua “antropologia das ciências”, Latour busca estudar a produção de verdade nas sociedades contemporâneas, e a ciência, ao lado de outras esferas como o direito, por exemplo, é, nesse sentido, crucial. Afinal, quem hoje questiona o formato