Educação
Diego César Terra de Andrade Conrado Gomide de Castro Mônica carvalho Alves Cappelle José Roberto Pereira
Resumo: Com este artigo, objetiva-se analisar as características da gestão da política de educação superior, em vigência no Brasil, no que tange as Instituições Federais de Ensino Superior - IFES e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, bem como suas consequências limitantes a uma educação de qualidade. A partir disso, adotou-se, como recurso metodológico, revisão bibliográfica sobre as principais características da Reforma do Estado e pesquisa documental dos pontos abordados no Decreto nº. 6.096, trabalhando principalmente com dados coletados em documentos oficiais e sites do governo federal. Concluiu-se que, apesar da grande proporção, de investimentos e contratações (previsão de contratação de 15.755 novos professores, 13.564 novos técnicos administrativos e investimento da ordem de 2,07 bilhões) e do discurso social, presente no decreto, foi possível verificar que a reforma do ensino superior, em curso nas IFES, é orientada por características de políticas macroeconômicas no que tange à reestruturação da produção e à Reforma do Estado, no mesmo sentido das que vem sendo implementada nas últimas décadas no país. Palavras-chave: REUNI; neoliberalismo; gerencialismo.
1. Introdução A chegada da grande crise do modelo econômico no pós-guerra, quando o mundo capitalista avançado caiu numa longa e profunda recessão, mais especificamente em 1973, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação, trouxe significativas mudanças na economia global. A partir daí as idéias neoliberais passaram a ganhar terreno (ANDERSON, 1995). A crítica ao Estado intervencionista, efetivada pelos partidários do neoliberalismo, e a busca de minimização da atuação do Estado no tocante às políticas sociais, pela redução ou desmonte das