CINEMA, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO
FRESQUET1, Adriana – UFRJ adrifres@uol.com.br
GE: Educação e Arte / n.01
Agência Financiadora: Sem financiamento
Este trabalho pretende explorar os conceitos de cinema, infância e educação e algumas das suas possíveis relações. Ele consiste numa busca teórica em diálogo com diversos teóricos e cineastas em função de ler as idéias de cinema, infância e educação tomando como eixo a experiência. Na primeira parte apresentamos algumas teorias do cinema e uma breve reflexão acerca do cinema como experiência. Na segunda, exploramos o conceito de infância, seu surgimento e agonia, assim como sua relação com a linguagem onde encontramos a experiência. Na terceira, abordamos a educação desde uma perspectiva prática, seguindo a psicologia russa e pensando na possibilidade da vivencia como unidade de análise da relação entre sujeito e mundo real e imaginário. No final, aproximamos algumas possibilidades da vivencia do cinema em tanto nos introduz no processo de projeção-identificação, aproximando-nos a nossa infância, ao outro e a fazer da educação uma experiência.
1- Pensando o cinema
Um sorriso de criança na tela e o jogo está ganho. Mas justamente o que salta aos olhos quando examinamos a vida é a gravidade da criança em relação à futilidade do adulto.
(...) um filme de crianças pode ser elaborado encima de pequenos fatos, pois na verdade nada é pequeno no que se refere à infância. (Truffaut, 2005, p.36).
Não existe uma teoria do cinema universalmente aceita. Existem sim, teorias diversamente fundamentadas que nos permitem pensar o cinema de diferentes formas.
Para Turner (1997), o cinema não reflete nem registra a realidade como qualquer outro meio de representação. Em verdade ele constrói e ‘reapresenta’ seus quadros da realidade por meio dos códigos, convenções, mitos e ideologias da cultura, bem como mediante práticas significadoras específicas desse meio de comunicação. Isto é, o cinema atua sobre
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