Cinema do Neorrealismo
Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia
ROMA, CIDADE ABERTA de ROBERTO ROSSELLINI: INFLUÊNCIAS DA TEORIA REALISTA DE ANDRÉ BAZIN E DO NEO-REALISMO ITALIANO
I) A Teoria Realista: André Bazin
Após um período de tradição formativa, onde encontramos autores e realizadores como Hugo (...), eis que surge um conjunto de críticos, como Bazin e Kracauer, a colocar em causa esta tradição formativa e fantasista do cinema.
“A função do crítico não é trazer numa bandeja de prata uma verdade que não existe, mas prolongar o máximo possível, na inteligência e na sensibilidade dos que o lêem, o impacto da obra de arte” (Bazin)
Foi em 1958 que Bazin publicou o primeiro volume de uma série de quatro no total com o título “Qu´est-ce que le cinéma?” (“O que é o cinema?”) . A colectânea do autor inclui cerca de 60 ensaios. No prefácio do primeiro volume, Bazin indicava que “o título da série não é bem a promessa de resposta, mas antes o enunciado de um problema que o autor se colocará ao longo destas páginas”. Através do título genérico da obra de Bazin, compreendemos que a sua análise e crítica abrange tudo aquilo que envolve o novo cinema, a nova procura por uma relação de filme e espectador.
Bazin terá sido o primeiro crítico a perceber e a analisar a mudança fundamental que ocorreu no cinema nos anos 40 e no pós-guerra. O autor compreendeu a separação entre um primeiro cinema – “realista” – e um cinema moderno – “neo-realista”.
Em primeiro lugar, importa salientar que para Bazin, o cinema é “a arte do real” O autor de “Qu´est –ce que le cinéma?” considera que a “sétima arte” depende, antes de mais, de uma realidade visual e especial, ou seja, o mundo real físico. Assim, o verdadeiro realismo do cinema “não é certamente o realismo do assunto ou o realismo da expressão, mas o realismo do espaço, sem o qual os filmes não se transformam em cinema (..) o cinema