A Evolução da Linguagem Cinematográfica
Em 1928 a arte muda estava em seu apogeu. Parecia que o cinema tinha se tornado uma arte adaptada ao ‘delicioso incômodo’ do silêncio e que o realismo sonoro só podia condenar ao caos. O som veio para realizar o ‘Antigo Testamento’ cinematográfico.
O cinema pode ser dividido em duas tendências: a dos diretores que acreditam na imagem e a dos que acreditam na realidade. Ambos os casos tem em comum o objetivo de fazer com que a montagem seja invisível e os cortes dos planos sejam para analisar acontecimentos, podendo ser segundo a lógica matemática ou dramática. De qualquer forma, é essa lógica que o torna invisível, mesmo quando o invisível não dá conta de todas as possibilidades da montagem.
Existem três procedimentos: montagem paralela, acelerada e de atrações. A primeira foi montada por Griffith para dar conta da simultaneidade; a segunda, por Abel Gance, dá a ilusão de aceleração através de uma locomotiva, sem recorrer a imagens reais. Por fim, a de atrações poderia ser definida como reforço de sentido de uma imagem pela a aproximação de outra imagem que, não necessariamente, pertence ao mesmo acontecimento. Independentemente de quais sejam, é possível reconhecer o traço que define a imagem: a criação de um sentido.
Murnau não se interessava tanto assim pelo tempo, mas sim pela realidade do espaço dramático, o que significa que, no caso dele, a montagem não desempenha nenhum papel decisivo. Já a plástica da imagem o aproxima de um expressionismo – com visão superficial. A composição de suas imagens não acrescenta nada à realidade, nem a deforma, mas desvenda suas estruturas mais profundas.
Stroheim foi quem se opôs veementemente a um só tempo, ao expressionismo da imagem, e aos artifícios da montagem. Nele, a realidade confessa seu sentido, olha o mundo de perto e insistentemente: somente assim ele revelaria sua crueldade e fúria.
Logo, a estética do cinema mudo é questionada e repartida entre duas