A montagem audiovisual
CONSTRUÇÃO DA INTERTEXTUALIDADE NO CINEMA
Elizabeth Moraes Gonçalves1
Denis Porto Renó2
Resumo
A intertextualidade sempre esteve presente na linguagem do cinema, desde os tempos do cinema mudo, em que as deixas simbólicas podiam ser apenas visualizadas. Naquele momento, cenas com textos para indicar diálogos, entre outros recursos, eram adotados, ampliando a linguagem da obra. Com a crescente diversidade de possibilidades proporcionadas pelas novas tecnologias digitais, a intertextualidade volta ao cinema, misturando as imagens tradicionais com animações e estruturas hipertextuais. Entende-se a intertextualidade como o diálogo entre textos elaborados com diferentes linguagens, diferentes semióticas, em um mesmo contexto, neste caso, no contexto cinematográfico.
Este artigo apresenta diferentes formas se compor essa estrutura híbrida no cinema, tendo como objeto de análise as obras audiovisuais O homem com a câmera, de Dziga Vertov;
Tempos modernos, de Charlie Chaplin; Space Jam: o jogo do século, de Joe Pytka; as duas edições de Kill Bill, de Quentin Tarantino, e Sin City, de Robert Rodriguez ao lado de
Frank Miller (com colaboração de Quentin Tarantino). A análise nos mostra que embora a intertextualidade no cinema não seja atual, é um recurso potencializado pelas novas
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Doutora em Comunicação pela UMESP e Mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP. Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, responsável pelo Projeto “Linguagens e Discursos Especializados na
Comunicação”. E-mail: bethmgoncalves@terra.com.br HP: www.elizabethgoncalves.pro.br
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Jornalista, documentarista, mestre e doutorando em Comunicação Social pela UMESP, onde é pesquisador sobre cinema interativo. Membro-fundador da Red INAV – Rede Ibero-americana de
Narrativas Audiovisuais, é professor visitante da Universidade Técnica Particular de Loja,