Cientificidade
É de extrema importância a implantação da “metodologia científica” nos currículos acadêmicos, no entanto, costuma-se confundir metodologia científica com a formatação de textos, é evidente a importância disso, porém não define qualidade epistemológica.
O discurso científico precisa ser lógico no sentido de não apresentar contradições, bem estruturado e argumentado, e precisa ser experimental no sentido de que a experiência é a única fonte de conhecimento do ser humano. Se for levado para a prática o método se sobrepõe a realidade, uma vez que só pode ser objeto científico o que couber no método. De acordo com Morin isso se chama “ditadura do método”, onde o método passa assumir a condução da ciência. De fato, o que torna um discurso científico é o modo como é elaborado.
Uma das referências cruciais da ciência é o processo de formalização do objeto. A formalização seria apanhar do objeto o que é forma, aquilo que permanece recorrente, é invariante. Ela pressupõe que a realidade seja comandada por leis invariantes.
Para Marx, o objeto científico precisa ser passível de formalização rígida e que a realidade é apanhada em sua marca material (materialismo). Na tessitura material encontramos formas invariantes ou leis, que são na verdade às pretensões lógico-experimentais do método. Essas leis são desvendadas pela via analítica, pois parte que a realidade é um composto cheio de partes decomponíveis. Para ele o objeto deve ser experimental, isso com o intuito de fugir de interferências ideológicas.
Vale ressaltar que essa proposta de Marx que chamamos de positivista, não é “óbvia”, embora muitos o considerem. No entanto, podemos questionar o positivismo em sua raiz, o que seria positivismo? Significa a tomada da realidade como seu método propõe, defendendo a capacidade analítica até seu fundo último, entretanto, essa visão está repleta de postulados assumidos ou pressupostos.
A “hipótese de trabalho” de um ponto de vista privilegia certos fenômenos e não