Chef, cozinheiro ou gastronomo
Neusa Maria Colpo de Moraes
RESUMO Vivemos uma época em que os saberes vivenciais e experienciais tomam lugar de destaque nos aprendizados acadêmicos. A gastronomia se insere em um contexto onde várias dúvidas surgem à medida que o tempo avança. A formação gastronômica, o glamour da profissão, o mercado de trabalho e o sucesso profissional são questões que assombram os que visam inserir-se na área da alimentação.
Palavras-chaves: gastronomia, formação profissional e profissionalização.
O prazer proporcionado pela comida é um dos fatores mais importantes da vida depois da alimentação para sobrevivência. Foi a partir deste prazer que nasceu a Gastronomia. A história da gastronomia tem evoluído no mundo, desde o início da nossa civilização até os dias atuais.
A gastronomia é que nos sustenta do nascimento ao túmulo, que faz crescer as delícias do amor e a confiança da amizade, que desarma o ódio, facilita os negócios e nos oferece, na curta trajetória de vida, o único prazer que não se acompanha de fadiga e ainda nos descansa de todos os outros (Brillat-Savarin, 1995). De cinco anos para cá, as livrarias estão cheias de títulos de gastronomia. E não apenas lançamentos, mas também relançamentos. Esse é o caso, por exemplo, de clássicos como História da alimentação no Brasil, de Câmara Cascudo, e Açúcar, de Gilberto Freyre. Parte desse crescimento pode ser explicada pela profissionalização do setor. De assunto restrito a viajantes gulosos e hobby de poucos apreciadores, a gastronomia tornou-se curso universitário da moda e fonte de renda insuspeita para as classes média e alta, que antes não viam neste campo meio de sobrevivência e prestígio.
Investindo um primeiro olhar sobre o nosso presente encontramos nas nossas formas de comunicação mais comuns, a saber, jornais, revistas, programas de TV aberta e a cabo, assim como no cinema e em alguns seriados, um contraste curioso que não poderia deixar de intrigar: por um