Charge o voto de cabresto

Brasil III
Professora: Andrea Casanova
Aluna: Karen Fernandes Paixão Madruga
DRE: 110091541

Análise da charge “O Voto de Cabresto”

A instauração do sistema republicano é marcado por diversas modificações político-sociais e econômicas na sociedade brasileira, dentre estas podemos citar, através da Constituição de 1891, o fim do voto censitário. O voto na república configura-se de maneira distinta, ampliando o número de eleitores, ainda que exclua parte da população como analfabetos, mulheres, monges, frades e soldados. Entretanto, o período é marcado por características específicas, que qualificam o voto como “voto de cabresto”, tema abordado na charge a ser analisada. Este, trata-se de um fenômeno de controle de poder político, que utiliza-se de ferramentas tais como, a compra de votos, abuso de autoridade ou ainda, a utilização da máquina pública a fim de favorecer a terceiros ou a si mesmo. Esta prática ganha peso quando relacionada a imagem do coronel, figura muito comum nos primeiros anos da República, sobretudo nas regiões interioranas do país. Segundo Victor Nunes Leal, na busca de definir o coronelismo, faz-se necessário reconhecê-lo como um fenômeno específico da Primeira República, que só adquire sentido quando submetido a um contexto histórico específico, onde há uma troca de proveitos entre um poder público fortalecido, e um poder privado em processo de decadência, em um ambiente em que a estrutura agrária serve como base de sustentação permissível ao controle da população interiorana, através da dependência direta do latifúndio, da violência e do voto. Estabelecendo estas premissas, agora, podemos nos debruçar sob a interpretação da charge em questão. A publicação desta, dá-se no ano de 1927, já no período de decadência da República Velha, pelo cartunista gaúcho Alfredo Storni, no intuito de satirizar o voto de cabresto. O ambiente apresentado na imagem é rural, pois o fenômeno caracteriza-se especificamente por esse elemento,