Artigo sobre a república do café com leite
Ingrid de Macêdo Oliveira.
O predomínio de SP e MG na política nacional ficou conhecido como “política do café com leite”, pelo fato dos dois estados serem grandes produtores de café. As elites políticas desses dois estados se alternaram no poder presidencial durante toda a Primeira República, que passou a ser conhecida como República do Café com Leite.
Os governadores, para garantir o apoio necessário ao presidente da república contavam com o auxilio da ajuda dos grandes fazendeiros, conhecidos, também, como coronéis. Muitas famílias vinham acumulando poder em seus rincões desde a criação da Guarda Nacional – donde surgiu o fenômeno do coronelismo – ainda no governo de D. Pedro I. Neste momento, esses fazendeiros são verdadeiramente a lei em seus municípios, intimidando, favorecendo, protegendo, punindo, coagindo e prometendo favores.
Esses coronéis garantiam eleitores para a reprodução da política dos governadores através do chamado voto de cabresto. O “voto de cabresto” é uma das formas usuais de garantir a fidelidade do eleitor, trazido como gado do campo, de onde sai apenas para votar, já portando a cédula com os nomes dos candidatos que deveriam ser votados. Há de se observar que num momento em que não existia a Justiça Eleitoral, era em meio a uma população predominantemente rural da coesão por meio da força física ou a troca de favores
Por volta do século XX, os eleitores deveriam levar apenas um pedaço de papel com o nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se de qualquer papel, já trazido de casa, muitas vezes entregues pelos próprios coronéis e já preenchidos.
É importante lembrar que a grande maioria dessas pessoas era analfabeta, sabendo apenas assinar o próprio nome. Como naquela época os analfabetos não podiam votar, levavam para as urnas os papéis já preenchidos, não levantando a suspeita de que não saberiam ler e escrever.
Segundo o historiador Alfredo Boulos Júnior, “(...) na época do Império, era