Chang
TEMPO PRESENTE / UFRJ O jovem economista sul-coreano Ha-Joon Chang, formado na Universidade de Cambridge, traz importante contribuição à perspectiva de países em desenvolvimento, amparado por um olhar histórico de relevância incontestável. A publicação, datada de 2002 (com lançamento no Brasil em 2004), se constrói sobre bases teóricas substantivas, ligadas ao pensamento desenvolvimentista/nacionalista econômico, se encontrando amplamente sintonizada à sua época, onde debates como o “Jubileu 2000” - o famoso ‘perdão’ à dívida externa dos países pobres - pipocavam em um planeta cada vez mais polarizado pela miséria abissal, pelos problemas ambientais em espiral ascendente e pelo subdesenvolvimento crônico; mesmo que já passada uma década da vitória ocidental na Guerra Fria, as promessas quentes de ‘níveis sem precedentes de prosperidade material’ jamais teriam se concretizado para a maior parte dos ‘cidadãos globais’, na verdade. Com fôlego e alguma indignação, desfazer diversos mitos históricos sobre o que ele chama de “Países Atualmente Desenvolvidos” (PAD’s) torna-se uma constante na obra e, para o leitor, uma intrigante provocação. Chang lança uma outra abordagem sobre um problema inerente a toda nação que se almeja maior progresso e projeção sustentável em ambiente regional ou internacional: o que fazer para obter progresso e assim alçar melhor condição? Segundo Chang, muitos interlocutores contemporâneos poderiam consubstanciar que a governança empresarial, o Judiciário e Banco Central independentes, as bases tarifárias, a democracia, a orientação da burocracia, o sistema bancário, os regimes de direito e proteção sobre a propriedade intelectual (e privada), entre outros pilares fundamentais das ‘boas políticas’, são parâmetros impreteríveis e que os paísesm