CENÁRIO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO FINAL DO SÉCULO XX
CENÁRIO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO FINAL DO SÉCULO XX
Angélica Cristina Pereira1
Luziene Soares Franzão2
Resumo
O artigo focaliza a educação profissional no contexto das décadas de 70, 80 e 90, com ênfase na vinculação das políticas e práticas neste campo aos modelos produtivos vigentes, além de destacar o processo de reestruturação produtiva dos anos 90 e a influência de programas internacionais e acordos de colaboração na definição de diretrizes para a educação profissional. Até meados da década de 70, a formação profissional era realizada apenas como treinamento operacional para a produção em série de acordo com as necessidades de produção, sob inspiração do modelo taylorista. A partir da década de 80, com a informatização e consequente extinção de vários postos de trabalho operacionais, o trabalho passou a demandar outras características humanas como a inteligência, criatividade, senso crítico, capacidade de relacionamento, empatia, entre outras. A reestruturação produtiva que passa a ocorrer na década de 90 convive com uma série de mudanças no cenário político e econômico do país e impõe novas exigências ao profissional, em consonância com o modelo toyotista de produção. A educação profissional se desvincula da educação propedêutica e parecia obedecer a uma continuidade do modelo anterior, ao atender necessidades pontuais e imediatas do mercado de trabalho, além de incorporar a polivalência do trabalhador na aplicação de novas tecnologias e, nos anos 90 multiplicaram-se os cursos de reciclagem, atualização e aperfeiçoamento sob responsabilidade de empresas privadas.
As agendas de desenvolvimento definidas por instituições e agências internacionais (FMI,
Banco Mundial, OEI, entre outras) impuseram um modelo de educação e formação técnicoprofissionalizante que visou atrelar a ideia de sucesso e desenvolvimento econômico ao conceito de “capital humano”, e nesta perspectiva, vincular a ideia de que o fracasso ou o sucesso se