Centralidade Da Familia Regina Celia
Regina Célia Tamaso Mioto2
RESUMO
Neste artigo discute-se a centralidade da família na política de
Assistência Social, o que significa a superação da focalização da atenção em segmentos ou situações de risco. Considera-se a família, independente dos modelos que assume, como um espaço privilegiado na historia da humanidade onde aprendemos a ser e a conviver, também que as transformações da família estão intrinsecamente e dialeticamente condicionadas as transformações societárias contemporâneas. Assim, o artigo está organizado em dois momentos: o primeiro trata da análise que a ideia de centralidade da família pode seguir no âmbito da política da Assistência Social, ancorada no reconhecimento da importância da família no contexto da vida social. A discussão da família no âmbito das políticas sociais tem se encaminhado a partir de duas perspectivas distintas: uma que defende a centralidade da família, apostando na sua capacidade imanente de cuidado e proteção, portanto, vê a família como o centro de cuidado e da proteção por excelência; e a outra entende que, a capacidade de cuidado e proteção da família estão diretamente relacionadas ao cuidado e à proteção que lhes são garantidos através das políticas sociais, especialmente das políticas públicas. No segundo momento coloca-se em evidencia alguns desafios que a operacionalização de uma política com centralidade na família impõe a seus formuladores e operadores.
Palavras-chave: Família. Política de Assistência Social. Proteção social. Contraditatoriedade.
1 INTRODUÇÃO
A discussão sobre o lugar da família no âmbito das políticas sociais, particularmente na Assistência Social, é de importância fundamental se não quisermos correr o risco de pecar pela ingenuidade ou de ser vitimas de nossos próprios preconceitos. Á medida que não se discute qual papel que a família desempenha no contexto da seguridade social, certamente estamos