O formato hierárquico da família cedeu lugar à democratização e as relações são muito mais de igualdade e de respeito
Vera Maria Ribeiro Nogueira e Regina Célia Tamaso Mioto
Desafios atuais do Sistema Único de Saúde – SUS e as exigências para os Assistentes Sociais
Por Vera Maria Ribeiro Nogueira1 e Regina Célia Tamaso Mioto2
Introdução
O processo de implantação do Sistema Único de Saúde – SUS tem sido marcado por intensos debates que refletem a presença de interesses antagônicos em relação a sua consolidação, tanto como política pública calcada na universalidade, equidade, integralidade, participação da população e dever do Estado, quanto às dificuldades para construir modelos assistenciais ancorados na concepção ampliada de saúde, que foi a base do processo de proposição do próprio SUS.
Essa discussão está presente no Serviço Social através de produções bibliográficas que podem ser apreendidas sob duas perspectivas. Uma que pauta o debate de forma mais intensa no eixo ético-político e outra que direciona a análise para a prática profissional no âmbito do SUS.
Os estudos referentes ao eixo ético-político, dentre os quais se destacam o de Bravo
(1996) e de Nogueira (2002, 2002a, 2004), relacionam os riscos quanto às possibilidades da ação profissional no sentido da garantia de direitos universais ao analisarem o cenário atual, apontando as ameaças presentes no confronto entre o projeto privatista de cuidados de saúde e o projeto da reforma sanitária. As produções direcionadas à ação profissional, em meio às quais se salientam as de Costa (2000), Matos (2000), Vasconcelos (2002), Wiese (2002),
Mioto (2004b), Nogueira (2003), têm pautado em suas análises os desafios para a materialização do atual projeto ético-político da profissão e do próprio SUS.
1 - Professora da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas e professora colaboradora do
Departamento de Serviço Social / Mestrado em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina.
2 -