CELIBATO
Celibato eclesiástico –
História e fundamentos teológicos
Card. Alfons M. Stickler
Índice: I. Introdução. II. Conceito e método. 1. O significado do conceito de celibato: a continência. 2. As regras da investigação sobre a origem e o desenvolvimento do celibato eclesiástico. 3. O início do recente debate sobre as origens do celibato. 4. Transmissão oral de Direito. 5. Os postulados dos dados teológicos. III. Evolução da continência na Igreja latina 1. O Concílio de Elvira. 2. A consciência da tradição do celibato nos concílios africanos. 3. O testemunho da Igreja de Roma. 4. O testemunho dos Padres e escritores eclesiásticos. 5. Evolução da questão nos séculos seguintes. 6. A Reforma Gregoriana. 7. Celibato no direito canônico clássico. 8. A continuidade da doutrina da Igreja na época moderna. IV. O celibato na disciplina das Igrejas Orientais. 1. O testemunho de Epifânio de Salamina. 2. São Jerônimo. 3. A questão do eremita Pafnucio. 4. A fragmentação do sistema de disciplina no Oriente. 5. A legislação do II Concilio Trullano 6. Razões para a nova disciplina adotada: a mudança nos textos. V. Os fundamentos teológicos da disciplina do celibato. 1. A relação sacerdotal com Cristo. 2. Fundamento histórico-doutrinal. 3. O ensino do Antigo Testamento. 4. A teologia do celibato sacerdotal. VI. Conclusão.
I. INTRODUÇÃO
No debate sobre o celibato dos ministros da Igreja Católica, que regressa de novo e que tem se intensificado nos últimos tempos, encontramos as mais variadas opiniões, especialmente no que se refere à sua origem e desenvolvimento na Igreja Ocidental e Oriental. Essas opiniões vão desde a convicção de sua origem divina até da que se trata – especialmente no caso da disciplina, mais restrita, da Igreja latina – de uma mera instituição eclesiástica. Da disciplina da Igreja Latina, se afirma freqüentemente que a obrigatoriedade do celibato só poderia ser constatada desde o século IV em diante; para outros, ela foi adotada