Catope montes claros

1306 palavras 6 páginas
CATOPÊS DE MONTES CLAROS por Virgílio Abreu de Paula
Dentro do nosso folclore, as Festas de Agosto são, sem nenhuma dúvida, a festa de maior participação popular. Não se sabe precisar quando começaram. Mas o fato é que a mais antiga notícia data de 23 de maio de 1838, quando Marcelino Alves requereu junto à Câmara Municipal "licença para tirar esmolas para as festas de Nossa Senhora do Rosário e do Divino Espírito Santo, que pretendia fazer nessa freguesia". São, portanto, pelo menos 170 anos que os Catopês, Marujos e Caboclinhos percorrem as ruas de Montes Claros, seguindo seus reis, rainhas, imperadores, imperatrizes, princesas, etc., cantando, dançando e louvando seus santos de devoção.
Nesses grupos estão representadas as três raças que originaram o brasileiro. Os Marujos são de origem européia e narram as aventuras dos marinheiros descobridores, Os Caboclinhos são os nossos índios. O Grupo é formado em sua maioria de crianças. Falam das brincadeiras dos nossos curumins. Os Catopês são de origem africana. E é sobre esses últimos que desenvolveremos nosso trabalho.
A ORIGEM
Como foi dito acima, os Catopês são de origem africana. Os negros, quando vieram escravizados, trouxeram consigo suas crenças e tradições. Continuaram homenageando seus reis e cultuando seus deuses. Um desses reis foi o famoso "Chico Rei", escravo na região de Ouro Preto, mas que era príncipe em sua tribo africana. Aqui, os seus súditos e companheiros de escravidão o fizeram rei e, de acordo com a tradição, comandava as festas de culto a seus deuses. Chico Rei tornou-se célebre por ter, juntando aos poucos ouro em pó que trazia das minas misturado aos cabelos, conseguiu comprar sua própria liberdade. Uma vez homem livre, conseguiu ainda a liberdade de vários de seus companheiros de infortúnio.
Na falta de um rei verdadeiro, elegiam alguém, entre eles, para que os representasse e assim faziam o seu cerimonial.
Como aconteceu com a macumba, o candomblé, a umbanda, os negros

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