Caso toyota
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COMBATE À INFLAÇÃO: PROPOSTAS E PERSPECTIVAS
Marcelo S. Portugal*
1 - O combate à inflação no início do Governo Itamar Franco
Em cerca de oito meses de governo, o Presidente Itamar Franco já teve quatro Ministros da Fazenda e dois planos econômicos. O Ministro Gustavo Krause, em função de sua breve permanência no Governo, não ctiegou a ter tempo de preparar um plano de estabilização. O Ministro Paulo Haddad chegou a finalizar uma proposta de plano de estabilização que nunca chegou a ser apresentada à Nação ou ao Presidente Itam ar. Antes mesmo que se conhecesse a versão final do plano, o Ministro Haddad pediu demissão em razão da escolha de nomes que considerou inaceitáveis para as diretorias do Banco Central. Segundo as informações disponíveis, o plano do Ministro Haddad pretendia eliminar o déficit operacional do setor público, através de uma redução de gastos e da aplicação generalizada do processo de privatização. Durante esse período, em especial em outubro e novembro de 1992, o combate à inflação ficou restrito a medidas episódicas. Primeiro, tivemos o controle dos preços das empresas estatais, principalmente no que diz respeito aos derivados de petróleo e a tarifas de eletricidade e telefonia. É bem verdade que os monopólios estatais têm, recentemente, desfrutado de uma autonomia muito além do que seria desejável. Não existe um acompanhamento regular das políticas salarial, de investimento e da produtividade das empresas estatais. Isso acaba dando uma liberdade indesejada a essas empresas. Como muitas das empresas estatais são monopolistas, é fundamental que exista um controle social para que elas não abusem de seu poder de mercado.^ O que se fez, a pretexto de "abrir as caixas pretas", foi utilizar a política de preços públicos como um instrumento da política macroeconômica de curto prazo, com vistas a reduzir a taxa de inflação. Como já ocorreu no passado, esse tipo de expediente é bastante eficaz a curto prazo, mas a médio