Caso Clínico
Um pai ignorante e uma mãe submissa, que não conseguem em nenhum momento dialogar, não compreendem as mudanças que passam na cabeça do filho Neto, numa fase tão conturbada como a adolescência, onde muitos adolescentes apresentam um comportamento rebelde, reforçado pelo fato de procurar aceitação e identificação por um grupo, principalmente quando não encontram essa identificação no grupo familiar. Os pais e a irmã mais velha se incomodam com a ausência do rapaz e temem seu desvio moral, ao descobrirem um cigarro de maconha no meio de seus objetos e sem conversar com ele sobre, resolvem interná-lo em um manicômio, acreditando ser o lugar ideal para ''viciados'': uma instituição a serviço dos desafortunados, e acreditam piamente nos dizeres dos médicos, profissionais legitimados pelo saber cientifico, onde a corrupção acontece e o médico responsável pela internação está simplesmente interessado em atingir o número de pacientes necessários para obter lucro através do governo. Os familiares, "cheios de boas intenções" ficam cúmplices do hospício e de suas cruéis torturas, só tirando Neto do hospício quando já era tarde.
O filme mostra como um fato fora de um contexto pode gerar diversas interpretações, se analisado como algo isolado. Porém, os fatos não são apenas algo fechado, mas uma complexidade de causas e conseqüências, ou seja, uma coisa clara e objetiva pode tornar-se complicada, inexplicável e implacável.
Em uma cena no hospital psiquiátrico, um senhor internado entrega a Neto um gorro e diz: “É pra agasalhar aqui.”, apontando para a cabeça. A intenção do senhor “louco” com toda sua bagagem, não é